Long Live Rock and Roll

Long Live Rock and Roll
Certa vez ouvi de um amigo que o Rock estava vivo de novo e então respondi : "Ele nunca morreu."

quinta-feira, 31 de julho de 2014

Vai em paz, Renato...


Que trairagem que tu fizestes conosco, hein seu "proxeneta", seu "semandija" !!! Por que viestes com este "ora vejas" para cima de nós ???

Ontem aos 35 anos, foi-se um Libriano que garantia riso fácil. Seja com suas vestimentas, com sua interpretação, com os seus palavrões e com seu humor esdrúxulo sem nenhum espaço para piadinhas xexelentas, mas sempre com um tiquinhozinho assim de fanfarronice sacanageira.

Foi-se Steven Beagle, Dona Máxima, Blondie Hammet, Edson Wander (Documento Trololó), Wallace Guilhermino (Jornal Jornal), Jacinto Figueira Croc (O Homem do Chinelo Rosa), Cláudio Ricardo, Suposto Filho do Capeta, Palhaço Gozo, Johnny Boganville, Policial Linhares / Pereira (dependendo do esquete), o fantástico bailarino Juan Soares, o Mestre do Karatê Paranaense Adilson Polloskki, Nêgo da Porra, entre outros inúmeros personagens...todos eles com uma graça única, porém havia aquele que como o Flautista de Hamelin conduzia os ratos, conduzia toda essa essência pastelona : Havia Renato.

E o que falar de Renato ? Ah, Renato...O retrato do mais íntimo desejo de cada um de nós de mandar tudo para aquele lugar no auge dos limites do estresse, o retrato da nossa vontade de ser malandro com aqueles que nos passam a perna e a vontade imensurável de nunca termos farpas na língua para xingar nossos melhores amigos Hermes quando percebemos que eles estão fazendo merda com eles mesmos e ao mesmo tempo, querendo ajudá-los...

E pensar que em 2008, eu conversava abertamente com ele pelo MSN quando o pessoal do Hermes & Renato estava preparando alguns episódios para o Tela Class...sempre gente fina, educado e receptivo com o cara...foi um dos poucos ídolos com os quais eu pude ter contato na vida.

Foi-se um dos maiores ídolos do humor brasileiro. Foi-se Renato...Foi-se Fausto Fanti : um dos maiores comediantes que já tive o prazer de ver nas telas de TV da falecida MTV Brasil nestas duas últimas décadas...o último integrante do Madame Machado finalmente foi para a Praia de Maresias.

Obrigado pelo seu humor escrachado que tanto me divertiu e me influenciou de certa forma durante uns bons doze anos da minha vida.

Palhaço Gozo, continue com a corrida das bigolinhas aí em cima.

Descanse em paz, Renato...Descanse em paz, Fausto Fanti...



"Hey little garçom, come here
 give me a glass of cachaça
 i want to stay very crazy
 but tonight you drink too much..."

Fausto Fanti (20/10/1978 - 30/07/2014)

terça-feira, 29 de julho de 2014

A vida é uma professora

Quando você tem dos 13 aos 16 anos de idade é a coisa mais normal lamentar-se por "dores do coração" e convenhamos, até hoje nos incomodamos a respeito de desilusões amorosas uma vez que outra (quem não ?).

Mas aí você anda nas ruas com 24 anos e enxerga pessoas sem pernas sentadas na calçada ou em cadeiras de rodas, pedindo por ajuda seja com qualquer quantia de dinheiro ou um "bom dia" dado por pura espontaneidade sua e percebe que seus problemas não são nada comparados com a situação de outras pessoas.

A vida muitas vezes é dura conosco, mas ao mesmo tempo ela pode ser uma excelente professora e nos faz agradecer por aquilo que já temos.

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Eu não sou o Batman

Durante muito tempo da minha vida eu cheguei a cogitar que já havia muita maldade e falta de consideração no mundo e que não custava a ninguém fazer a diferença. Isso foi uma coisa que levei da minha infância até os dias de hoje. Sempre tentei tratar os outros como eu gostaria de ser tratado e havia prometido a mim mesmo nunca fazer aos outros o que eu não gostaria que fizessem comigo.

Mas há certos momentos em que tu se pergunta "até quando você é capaz de tolerar sapos das pessoas que no fundo tu observa que aproveitarão desta tua linha de raciocínio apenas para tirar vantagem própria ?"

E nem necessariamente algumas querem, só às vezes não sabem como retribuir...mas eu gosto mesmo de fazer as coisas pelos outros e nunca espero nada em troca. Só não gosto quando vira abuso.

No fim, as pessoas começam a condicionarem-se em esperar tudo pronto por ti, mas não entendem que muitas vezes tu tem as tuas limitações e isso até mesmo você tem que acabar descobrindo. Há duas coisas que paradoxalmente eu preciso aprender com uma certa urgência mas que levam muito tempo : A primeira é dizer "não" de vez em quando para as pessoas e a segunda é não me explicar demais para justificar meus receios de magoar alguém. Até porque nem todo mundo está preocupado em fazer algo sabendo se vai te machucar ou não...pelo menos não a curto prazo.

Preciso aprender também a me expressar quando sinto que as atitudes de alguma pessoa para comigo, não estão sendo justas por mais que eu deteste a possibilidade de conflitos e qualquer tipo de briga, seja com aqueles que prezo ou não. Preciso também aprender a dar as caras não só nos momentos nos quais sou conveniente para os outros, mas sim quando eu sentir que sejam da minha necessidade ou do meu interesse.

Como eu já disse uma vez, auto-estima não é uma coisa que se desenvolve 100% da noite para o dia e ela vai mais além do que enxergar suas qualidades e aceitar os seus defeitos. É também preciso conhecer seus limites para com os outros.

Nem sempre pode-se agradar gregos e troianos, ninguém é super-herói...e eu não sou o Batman...sou apenas mais um dentre os malucos deste mundo que gosto de ver como um colossal Asilo Arkham.

Eu sou Thiago Duarte e preciso lidar com o fato de que não preciso necessariamente ser um exemplo vinte e quatro horas para todos aqueles que me rodeiam, mas sim entender que as pessoas que realmente gostam de mim já se dão por satisfeitas com isso.

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Poesias que escrevi nos anos 2000 #2

Tempo (2006)

Vão-se os dias como se vão as horas
lentas, sonolentas como nós a pensar
o quanto podemos fazer para que
a todas as pessoas, possamos agradar

Vai o dia e a noite vem
e pensamos em quem amamos tão bem
o que fazem, o que pensam, o que acham de nós
Pobres humanos, que vivem tão sós

Pobres humanos, também somos nós
que passamos a lutar incessantemente
por muitas coisas as quais um dia
teremos que deixar eternamente

Cabelos grisalhos começamos a ter
devido ao contínuo progresso da história
a qual nos deixa o único presente
de áureas recordações em nossa memória

Hoje, vão-se os dias como se vão as horas
rápidas, ágeis, como nós a lutar
pela felicidade de outras pessoas
as quais interminavelmente estamos a amar

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Assuntos Randômicos : Dos pensamentos que se tem dentro do Ônibus

17 horas da tarde. Saindo do antro acadêmico...definitivamente isso não estava no script do programinha recorrente entre o filme besta das 15h da tarde e o noticiário local antes do capítulo sem sal da novela das 21h sobre a minha existência, mas boca livre é boca livre né. A expectativa de uma válvula de escape ainda que sem a presença de subterfúgios etílicos, muito me agradou. Isso vai me ajudar de fato a parar de pensar um pouco.

Pensar dezoito horas por dia (porque nas outras seis, eu durmo) é o que eu faço durante a semana...nas coisas mais triviais até nas que não são e até mesmo naquelas que deveriam ser triviais. Minha cabeça nunca pára...ou às vezes viaja no espaço-tempo contínuo dos mil pensamentos que se emaranham formando o branco na minha mente ou então se fixam em contínuos devaneios sobre o que vou fazer no outro dia, se nenhum objetivo do dia foi deixado pra trás ou será que ainda devo me importar ou me preocupar com aquilo ?

Sorte que posso contar com outro libriano do outro lado da vida para fazer a trilha sonora do fundo disso tudo e no processo atenuar a inquietação da minha mente. Também foi legal ter a presença de uma pessoa tão receptiva para com um estranho ao lado no ônibus, ainda mais oriunda de outro país. Mais outra novidade para a quebra da rotina : uma conversa que fluiu aos trancos e barrancos devido a dificuldade de acompanhamento da minha fala, mas ainda que praticamente um tanto quanto monossilábica, foi o suficiente pra dar um "alright" a mais no dia.

E completamente sem sentido com os parágrafos anteriores (até porque não era minha intenção fazer disso um esquema linear de raciocínio), apesar do meu pé atrás no que diz respeito a relações pessoais, se pararmos pra pensar, no fundo todo mundo é um tanto quanto idealista. A moral é que em todo e qualquer envolvimento seja com namoradas(os), amigos e família ou qualquer outra pessoa, cedo ou tarde você vai se frustrar ou quebrar a cara.

Há pessoas que certamente nos fazem sofrer conscientemente e outras que mais tarde acabam por nos machucarem mesmo que não intencionalmente e que acabamos não levando em conta as suas limitações por sempre estarmos colocando expectativas em torno de idealizações. Você só tem que escolher por qual delas vale a pena sofrer.


sábado, 12 de julho de 2014

Meus amigos...morreu Tommy Ramone


Quisera eu ter adormecido hoje com a impressão de que tudo estivesse no mais absoluto controle e na mais absoluta serenidade...mas meus amigos, morreu Thomas Erdelyi...morreu Tommy Ramone...

Quisera eu ter voltado de uma noite de farra e altas aventuras mediadas pelo etanol sem ter que escrever isto com lágrimas nos olhos...mas meus amigos...morreu Tommy Ramone...

Foi-se o último da formação original de uma das maiores e mais lendárias bandas do Punk Rock que se tem notícia deste universo...foi-se o baterista que através de uma técnica simplória mas imprescindível, soube deixar sua marca eternamente em três históricos discos no cenário musical assim como Joey, Johnny e Dee Dee...foi-se o cara que fez um enorme e glorioso trabalho como produtor no disco predecessor a sua saída da banda e no disco que foi um dos maiores ápices deste grupo durante a década de 80.

Mais triste fico eu a reconhecer que os Ramones como um todo definitivamente em sua forma física não mais existirão...

E todos aqueles que são admiradores e eternos fãs destes quatro caras oriundos do bairro de Forest Hill no Queens sempre gritarão com o maior orgulho no mundo a frase "Gabba Gabba we accept, we accept you, one of us..." para todos que prestarem-se a querer conhecer o eterno legado que esta banda deixou para aqueles que a admiram...

Meus amigos...foram-se os Ramones...foram-se todos...nossas últimas esperanças são as de que os membros remanescentes como Marky e CJ ainda continuem honrando e enaltecendo o orgulho de terem feito parte de uma das maiores histórias desse universo chamado Rock and Roll...

Agora sim, teremos um It's Alive aí em cima...Take It, Dee Dee...1,2,3,4 !!!

R.I.P

Tamás Erdelyi (Tommy Ramone) (29/01/1949 - 11/07/2014)

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Na conversa com Bruce Dickinson e alguns cálices de vinho

Enquanto uma legião de diversas criaturas estão a divertir-se nos bosques mais longínquos da região metropolitana deste espaço geográfico o qual nos situamos, cá estou eu na finaleira de uma garrafa de vinho ouvindo o senhor Bruce Dickinson cantar apoteoticamente sobre a traição de um pai para com o filho. Assim sou eu, que me sinto traído pelos meus próprios pensamentos tendenciados por um sentimento que só desperta o meu lado mais hipócrita.

Durante mais de meia década eu não me sentia assim e somente de uns três anos pra cá finalmente acabei por ir aceitando aos poucos este que vos fala da maneira que é e da maneira que sempre será ou não será, vai saber...mas como todo mundo sabe, chegar neste objetivo é consequência de um trabalho árduo que não é concluído da noite para o dia...e como se fosse um castelo de areia, sinto que ele esteja sendo pisoteado de maneira indireta conscientemente ou inconscientemente.

Não há mais nada para acrescentar. Talvez porque a minha razão esteja submergindo em vibrações deveras etílicas por assim dizer e mesmo que você esteja por trás da sua tela do computador querendo entender 25% do que estou falando e pedindo para me explicar o contexto atual de tudo que habita a minha mente, não terei como lhe responder pelo fato de estar disposto a abstrair todo esse jogo sentimental / emocional com o meu velho companheiro vindo de parreiras das quais jamais haverei de tomar conhecimento da origem juntamente ao som da voz daquele que se destaca entre os grandes intérpretes do século XXI dentro da minha concepção.

A história do porco-espinho continua...